terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Natural ou Artificial?

O alimento orgânico tem conquistado cada vez mais espaço no prato das famílias do Brasil e do mundo. Espera-se que os produtos fiquem mais acessíveis, pois ainda são bem mais caros do que os concorrentes cheios de pesticidas e hormônios.

Além de ser mais saudável, ter o sabor mais presente e possuir maior teor nutricional, o orgânico ainda tem a vantagem de contribuir para a preservação do meio ambiente, pois a técnica de cultivo minimiza os danos causados na terra, ar, água, animais e, claro, nós.

Como identificar um alimento orgânico? Normalmente um selo atesta a confiabilidade do produto, mas deve-se levar em conta a cor, textura e tamanho. Já pararam para reparar como estes alimentos são menores, pois cresceram de forma natural, sem o uso de hormônio? É batata! Os tomates viram tomatinhos, assim como as cenouras, pepinos, berinjela, e outros primos da fazendinha. E, pasmem, até o frango virou um frangote. No mundo dos orgânicos, vale a máxima, ou seria a mínima, de pagar mais por menos.

Estamos sim pagando mais por menos quantidade, mas estamos ganhando em saúde. Segundo pesquisas, este é o principal motivo para a aquisição do orgânico. As pessoas redescobriram o sabor e valor do natural, e estão deixando de lado o artificial. Seria a volta dos peitinhos e o fim dos melões siliconados? Enquanto isso, vamos fazendo uma boquinha nos alimentos saudáveis. Se bem que é difícil achar boquinha em tempos de preenchimento a La Jolie, que virou moda.

Falando em moda, devo compartilhar que fiquei no mínimo curiosa em ver que a preocupação com o meio ambiente e a opção pelo orgânico chegou nas passarelas do Fashion Rio. Afinal, como se explicaria o cabelo proposto no desfile da Kylza Ribas? Só podem ser cabelos orgânicos. Aboliram o pente de plástico, limaram o secador, e as modelos passaram longe do condicionador. Seria a moda apontando a direção de novos tempos?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nova Infância


Escrever sobre o meu sonho de andar de balão me fez relembrar um pouco minha infância. Fico muito feliz pela mudança que Deus fez na minha vida, pois sair do subúrbio do Rio me permitiu entrar em contato com muita coisa e, certamente, me abriu portas. Sou muito grata por ter tido esta oportunidade, mas neste momento que escrevo deixo um pouco minha atual realidade para reencontrar sentimentos e memórias que estavam guardadas em algum canto, empoeiradas, aqui dentro de mim.

Morávamos em uma casa grande, de dois andares, cujo engenheiro não tem diploma, mas é um dos homens mais inteligentes que eu conheço. Meu pai projetou a casa, idealizou ter uma piscina suspensa e, assim o fez. O Muro era de ladrilhos grandes, na cor caramelo com gotas marrom. Eu achava que parecia um doce com chocolate, e doces foram aqueles dias da minha infância.

Sempre tive um quarto para chamar de meu, mas naquela época deixava de dormir sozinha para dormir com a minha mãe. E, não era só eu. Ficávamos todos na mesma cama - eu, minha mãe e meus irmãos. A casa era grande, mas a vontade de estarmos juntos era maior. O tempo passou e hoje já não divido mais a cama com ela.


Minha casa podia ser grande, mas o meu colégio era bem maior. Lembro das rampas, do parque, das professoras Rita e Mônica, do passeio para o sítio do pica pau amarelo, da capela, da formação para levantar a bandeira e cantar o hino pela manhã, de um menino especial que não estudava lá, mas que ficava em cima dos muros e brinquedos altos, do uniforme, do pátio, etc. As datas como páscoa, festa junina, dia do índio e tantas outras eram sempre comemoradas, mas a mais impactante era o dia da bandeira. A escola inteira saia para um desfile pelas ruas do bairro, cantando o hino com bandeiras do Brasil em punho. Não entendia exatamente o sentido, mas sentia orgulho do país. Hoje, não mais.


Lembro-me das brincadeiras de criança embaixo da escada. Eu e meus irmãos fazíamos daquele espaço a nossa casinha, e comprávamos balas, chicletes e chocolates para a nossa dispensa. Quando acabavam os doces, minha irmã mais velha fazia uma mistura de manteiga com açúcar para a nossa comidinha. Era o nosso bolo....e que bolo! Até hoje gosto de manteiga com açúcar, mas nunca mais comi. Hoje, quando quero doce, faço brigadeiro na panela.

Adoro viajar. Acho que essa vontade de sair por aí foi estimulada por uma brincadeira que eu e meus irmãos fazíamos. Nós viajávamos muito dentro da nossa sala. Viajamos com nossos cavalos-almofada e dormíamos em tendas. As grandes almofadas com estampa de cavalo eram perfeitas para deixar nossa imaginação fluir. Nossa tendas eram confortáveis, com lençóis e colchas mais perfumadas do que a tenda real que me acolheu recentemente em uma viagem que fiz para o Marrocos. Tenho viajado com freqüência, mas hoje já não viajo mais com meus irmãos.

Como filhos de comerciantes que somos, brincávamos também de mercado. Cada um com sua banca, oferecendo uma grande variedade de produtos que achávamos pela casa. Muitas outras brincadeiras faziam parte da nossa vida. Sem falar nos dias que a rua fechava para a criançada....aí era queimado, pique pega, pega ladrão, balão maria fumaça, pipa e tudo o mais que alcançava nossa imaginação. Hoje já não brincamos mais....nem mesmo um baralho.

Meus pais foram muito pobres e, acho que por terem tido uma infância sem brinquedos e festas, fizeram tudo o que podiam por nós. Queriam nos dar a alegria que não tiveram. Lembro-me que nossas festas eram lindas, lindas, lindas. Os bolos eram enormes, perfeitos e sempre temáticos. Não consigo nem mesmo descrever de tão perfeito que eram. A nossa cama ficava lotada em dia de festa, sendo parte com meus presentes e parte com os presentes do meu irmão. Os nossos aniversários eram comemorados em conjunto, pois temos somente duas semanas de diferença de data. Hoje em dia já não fazemos festa juntos.

Minha casa só ficava mais cheia de presentes e doces do que em nosso aniversário, em dias de São Cosme e Damião. A maioria do bairro conhecia a fama da minha casa no dia 27 de setembro. As pessoas se amontoavam em frente ao nosso portão na espera dos sacos de doce, roupas e brinquedos. Mesmo depois de ter vindo para cá, minha mãe continuava a dar os doces, mas hoje não mais. Ela era católica. Hoje não é mais.

A festa do Natal, que normalmente as pessoas lembram, não me recordo direito. Minha lembrança maior dessa época é que minha mãe ajudava uma senhora, doando várias roupas e brinquedos para o Natal do bairro, que tinha direito a Papai Noel chegando de helicóptero e tudo. Essa senhora já morreu e hoje o Natal lá não é mais assim.

Outra festa que lembro com saudades é do dia das mães. Minha avó tem 10 filhos e tantos netos e bisnetos que não sei dizer o quanto. A casa ficava cheia e na hora do bolo ficávamos todos em volta da mesa, dávamos as mãos e cantávamos a canção que ainda lembro de cor. Era emocionante ver todo mundo ali. Hoje já não é mais assim. Minha avó ainda vive, mas nunca mais teve aquela integração. Os adultos endureceram e acabou a tradição.

Não tenho medo de crescer, mas de endurecer como vejo que acontece com muita gente. Relembrando um pouco do meu passado, vejo que de alguma forma deixei coisas que me faziam bem, que me emocionavam, estacionarem em algum canto, atrás de alguma pilastra dentro de mim. Não quero estacionar. Quero continuar minha viagem de cavalo rumo ao futuro, com meus irmãos, sair detrás das pilastras da desunião e me unir cada vez mais com minha família. Abraçar e respeitar minha mãe, seja lá qual for sua religião. Continuar admirando a inteligência do meu pai, e, no futuro, preparar bolo de manteiga com açúcar para os aniversários de boneca da minha filha, que desde criança sonhei em ter. Quero continuar a me emocionar com a vida e com os meus. Hoje e sempre, desejo que seja assim.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Voando por aí

Raramente lembro dos meus sonhos. Adoraria lembrar, mas isso não acontece com freqüência. Vez ou outra até lembro de uma cena, de uma pessoa, mas não retenho a história, o conteúdo do sonho. Não sei por que isso acontece, mas é fato. Agora, sonhar acordada, sempre! Sonho tanto acordada que chego a ficar cansada, com vontade dormir. Bom, mas dos sonhos que me lembro, tem um que gosto muito, que é fazer um passeio de balão. Pois é, não sei se era fruto de uma grande vontade de deixar guadalarrara e ir para terras de Manoel Carlos, crescer nas areias do Leblon e fazer meu parto com a doutora Helena, mas quando criança sonhei uma viagem dessas de balão, que ia para o alto e longe. No ano retrasado tentei colocar essa aventura nos meus planos de viagem em Paris, mas não foi possível. Como não quero esperar pela próxima visita à cidade luz, resolvi fazer este sonho virar realidade este ano, aqui mesmo, no Brasil. Não é caro, e é possível. Conto aqui a experiência depois. E, se alguém se animar, é só avisar. E você, se lembra de algum sonho? Que tal realizar pelo menos um deles este ano?


No outro post comentei que antigamente eu parecia uma árvore. Achei meu regador!

Equilibrada? Eu?!

Depois de muito tempo sem praticar, resolvi fazer uma aula de yoga. Para começar, a aula não era da modalidade que eu normalmente fazia. Este foi o primeiro desconforto. O desconhecido. Não saber o que vinha na seqüência. Mas, já tinha estendido o meu tapetinho e resolvi encarar.

Início da aula: todos sentados em lótus. E então o professor pediu para colocarmos a mão sobre a barriga, costelas e peito - cada local em um determinado momento. Creio que o objetivo era analisar a nossa respiração. Sentir o movimento. E, foi aí minha primeira dificuldade. Não era uma respiração intensa, mas mesmo assim senti uma das dores que o yoga pode provocar. A dor emocional. Isso podia ter passado por um simples cansaço, mas percebi que não era. E, hoje entendi que o incômodo vem exatamente pelo o que o movimento da respiração representa: a expansão e o recolhimento. Estou precisando equilibrar isso em mim, pois um não acontece perfeitamente sem o outro. Não adianta viver só para dentro, e não adianta viver só para o mundo. Um é conseqüência do outro, e precisam estar alinhados para que o movimento seja perfeito. Também não ignoro a questão energética, pois a respiração é energia. E, ela não ocorrendo da maneira como deve ser, demonstra um desequilíbrio.

Sequência (sem trema) da aula: todos de pé. Saudação ao sol. Beleza, nisso até que sou bacaninha. E vamos para as posturas.....Estica daqui, estica dali. Legal. Ponto pra mim, porque flexibilidade ainda não é um problema. Por fim, vamos às posturas de equilíbrio. Eu, que até então podia ser uma árvore bem plantadinha, que de tão reta, tão rígida, parecia ter raízes fincadas no solo neste tipo de posição, balancei mais do que Ivete Sangalo em cima de um trio elétrico. Na mesma hora percebi que era falta de foco. Eu simplesmente não estava completa, não estava inteira lá. Isso acontece quando não estamos no momento presente. Perder muito tempo com o que passou e, fantasiar demais com o que vem pela frente, pode fazer com que a gente esqueça do melhor momento que é o agora.

Foi só uma aula. Foram mensagens sutis que percebi através do meu corpo, mas queria dividir com vocês, porque como são chicas que amo, desejo que se percebam também. Busquem o equilíbrio físico, energético e emocional. Não precisa de yoga para isso. Podem arrumar a casa de outra forma.

Hoje vejo que nos últimos tempos canalizei demais minha emoção, meus pensamentos para uma só direção e não fiquei presente em mim. Meu presente de novo ano, sou eu de volta, inteira em mim.

E vamos inspirando e expirando, na sequência dos movimentos, porque a vida é transformação o tempo todo.


Ah, hoje veio a segunda dor que a yoga pode dar. É essa mesmo. A física. Ui.

Namastê.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Vamos às compras


Listinha na mão, porque 2009 está só começando.
É quase sempre assim, um novo ano se anuncia e parece que estamos entrando em um hipermercado, com lista em punho, para não esquecermos das coisas que nos parecem importantes adquirir ao longo do ano.

Acreditamos que encontraremos tudo nas gôndolas da vida e, se não encontrarmos o que queremos pronto e embalado, podemos conseguir pelo menos os ingredientes para fazer acontecer.

Um corpo como o da cantora Madonna não vem pronto. Tem que malhar muito, e às vezes isso amarga que nem jiló.

Ter uma conta bancária mais recheada do que bolo de rolo requer planejamento financeiro.

Para fazer aquela viagem que está na listinha, teremos que economizar. Para isso, vamos ter que trocar o prosecco por guaraná, e o vinho por suco de uva na nossa dispensa.

Quando estamos sós, listamos encontrar um grande amor, o homem dos sonhos, que em alguns momentos, mais parece cabeça de bacalhau de tão difícil de se achar nos corredores do relacionamento. E, no meio das ofertas, pode acontecer de comprarmos banana podre, e confundirmos alface com buquê de flores. Mas, na hora certa, encontraremos o mamão bom do lote. Conseguiremos aquele ultimo biscoitinho do pacote.

Existe um consenso geral de quem faz a listinha. É a saúde. Todo mundo quer ter uma boa saúde. Afinal, queremos estar forte para empurrar o carrinho de compras, chamado corpo, pelos corredores da vida. E, uma boa saúde é conquistada com disciplina e comida saudável. Para tanto, as lasanhas prontas e gordurosas, que de tão práticas dispensam o forno, devem ser trocadas por legumes e verduras, que se bem temperados, dão mais prazer do que brigadeiro quente na panela.

Este ano me atrasei e ainda não fiz minha listinha, mas vou fazer. Para os que fizeram, boas compras. Para os que não fizeram, faça o teste e passe no caixa em dezembro deste ano para acertas as contas com você mesmo. Veja o dispensou, o que deu desconto e, sobretudo, o que comprou. E lembre-se de colocar uma pitada de sal na vida.